Na Europa, há diversos países procurando atender o acordo firmado pela Cúpula do Clima em Paris (COP21), que solicita a diminuição da utilização de combustíveis fósseis com o intuito de evitar maiores danos ambientais. Esses esforços vêm sendo positivos para a fomentação de uso e criação de novos biocombustíveis como, por exemplo, o Pellet de madeira.
Apesar da popularidade atual deste biocombustível na parte oeste do continente europeu, há carência de grande quantidade de florestas nesta região para produção de Pellets, sendo boa parte importada de países como Canadá e Austrália. Até mesmo o Brasil vem ganhando considerável destaque neste mercado, fornecendo quantidades cada vez maiores de Pellets de madeira de pinus, principalmente para o mercado italiano.
Este biocombustível derivado de subprodutos dos processos de fabricação com madeira vem ganhando destaque como uma alternativa para ocupar o lugar dos combustíveis sólidos para geração de energia limpa, pois possui menor custo quando comparado com outros combustíveis fósseis, alto poder calorífico, emissão neutra de CO2 e ocupa pouco espaço. Porém, muitos devem se perguntar: Não seria mais fácil retornar ao uso da Lenha convencional? A resposta, na verdade, não é tão simples assim.
Para qualquer lugar onde haja demanda energética, retornar a lenha pode não ser um opção viável devido a sua baixa quantidade de energia por unidade de volume, necessitando-se possuir grande volume para o seu uso constante, altos custos operaconais, além da dificuldade de manter a limpeza do local de uso. É justamente neste âmbito em que a procura do Pellet de madeira vêm crescendo em larga escala devido ao mesmo possuir, como já abordado, um poder calorífico muito mais elevado, mantendo o baixo custo e, principalmente, ocupando muito menos espaço, facilitando o seu transporte e armazenagem.
Figura 1 – Demonstração da remoção de madeira de acordo com a finalidade de uso em comparação ao consumo de energia final utilizando biomassa.
Fonte: FAO/UNECE, Eurostat
É com este olhar mais crítico que diversos Hotéis, Motéis, Spas e Resorts vêem no Pellet de madeira não somente uma oportunidade de economia financeira, que pode chegar a mais de 50% em comparação ao GLP, como também uma ferramenta de promoção e divulgação comercial dos apelos ecológicos que estabelecimento possui. Há estabelecimentos ganhando prêmios de engajamento sustentável, inclusive.
Outro aspecto que prova a versatilidade do Pellet de madeira é o fato do mesmo ser utilizado, também, em áreas industriais, possibilitando o aquecimento de fluidos utilizados em diversos processos, como por exemplo, tratamentos químicos de bobinas de Aço.
Devido a todos estes fatores, Pellet de madeira no Brasil, assim como aconteceu na Europa, veio para ficar. Seus exemplos de aplicações aumentam cada vez mais num país que possui um imenso potencial de produção, consumo e até mesmo exportação.
Para uma leitura mais profunda sobre o tema, recomendamos fortemente a leitura das referências abaixo:
Referências
GARCIA, D. P.; CARASCHI, J. C.; VENTORIM, G. O Setor de Pellets de Madeira no Brasil. Ciência da Madeira (Brazilian Journal of Wood Science), p. 21-28, 2017.
_______. Sobre Nós. Disponível em: <https://www.koalaenergy.com.br/sobre-nos>. Acesso em 27 Julho. 2018.
_______. AEBIOM (European Biomass Association) Statistical Report. AEBIOM, 2017.
Autores: Victor Fuerst Pacheco, Natan P. Bitencourt e Abraham V. Pasalo Jr.